HISTÓRICO DO SEAD

1.A primeira edição do SEAD, em novembro de 2003, teve como tema Análise de Discurso e Michel Pêcheux – uma relação de nunca acabar. A concepção e organização desse primeiro evento envolveram um grupo de analistas de discurso, entre professores e alunos, em torno do projeto de vida de Michel Pêcheux, que envolve pesquisa e militância, bem como resistência teórica e política. O SEAD iniciou, portanto, como uma homenagem ao fundador e principal formulador da Análise do Discurso (AD) da escola francesa, cuja teoria reflete e ressoa nos constantes embates materializados pela relação entre a língua, a história e o sujeito.

2. Dois anos depois, em 2005, a segunda edição do SEAD teve como eixo temático O campo da análise de discurso no Brasil: mapeando conceitos, confrontando limites. Em vista disto, as Mesas-Redondas abordaram como tema os entrelaçamentos da Análise do Discurso com outras disciplinas, mais especificamente, História, Filosofia e Psicanálise, ficando a cargo dos simpósios temáticos o debate das principais noções de AD e seus desdobramentos no Brasil. Na conferência, Eni Orlandi e o psicanalista Joel Birman apresentaram a noção de sujeito (do discurso) na contemporaneidade.

3. A terceira edição, em 2007, com o tema O Discurso na Contemporaneidade: materialidades e fronteiras, buscou dar maior visibilidade aos vínculos e filiações, evidenciando cumplicidade com as demandas contemporâneas do discurso, novamente considerando a questão das fronteiras, mas não somente no aspecto territorial, enquanto um demarcador epistemológico, mas também no aspecto material, em sua dimensão metodológica.

4. 1969 – 2009: Memória e história na/da Análise do Discurso foi o tema da quarta edição do SEAD, em 2009, marcando os 40 anos de surgimento institucional da Análise de Discurso na França, com a publicação de Analyse Automatique du Discours, de Michel Pêcheux, e com a edição da revista Langages, organizada por Jean Dubois. Centrado em torno da importância desse acontecimento, os analistas do discurso trabalharam as noções de história e memória, tanto no que concerne à própria Análise do Discurso enquanto área de saber, quanto no que concerne às especificidades e implicações dessas noções enquanto constituintes do dispositivo teórico.  Os encontros desta edição retomaram questões como, sujeito, ideologia, interdiscurso, abrindo espaço para incluir novas demandas, como aquelas ligadas a linguagens contemporâneas, ensino e dispositivo metodológico.

5. Em 2011, já reconhecido como um dos principais encontros nacionais da área, o SEAD, sob a temática O acontecimento do discurso: filiações e rupturas, promoveu o debate sobre o percurso, os deslocamentos e as repercussões da Análise do Discurso no Brasil e na França, discutindo noções teóricas caras aos analistas, como formações ideológicas e discursivas, sujeito, acontecimento, interdiscurso, real, entre outras. Seu principal objetivo foi discutir os desdobramentos dos conceitos-chaves da teoria do discurso, preconizada por Michel Pêcheux, bem como travar uma interlocução com as principais áreas que constituem o imbricamento teórico-epistemológico da AD, tais como Arte, Psicanálise, História, Literatura e Jornalismo. Tal objetivo, que vem ao encontro da temática proposta – O acontecimento do discurso: filiações e rupturas –, foi atingido de forma plenamente satisfatória.

As atividades realizadas ao longo do evento – três mesas-redondas, uma conferência, simpósios temáticos e sessões de painéis – discutiram a interface da AD com as áreas vizinhas,  com as quais a AD estabelece um diálogo próximo e enriquecedor, bem como as principais noções da teoria, contribuindo de forma decisiva, para que o objetivo principal do encontro fosse atingido. De fato, o que se espera de mais relevante ao final de um evento dessa envergadura, é que a área de pesquisa, no caso a AD, ganhe evidência e seja confrontada com a pesquisa de ponta que se realiza no campo do conhecimento da linguagem, em sentido amplo. Nessa direção, ficamos felizes em constatar a repercussão positiva e altamente entusiasta que recebemos dos colegas participantes, que retornaram para os seus grupos de pesquisa, para as suas unidades, extremamente mobilizados para dar continuidade a suas pesquisas.

Além desse resultado teórico-epstemológico, também tivemos um retorno extremamente satisfatório com o número de publicações referentes a lançamentos na área da AD e campos afins, superando as expectivas iniciais. Tal afirmação se justifica pelo grande número de obras lançadas no evento, e sobretudo pelo entusiasmo e pela profundidade das discussões, após cada mesa-redonda e cada simpósio temático.

Nas suas cinco edições – e sob a perspectiva das que ainda virão, mantendo seu caráter bianual – o SEAD seguiu basicamente a mesma proposta: o aprofundamento teórico e analítico das noções caras aos analistas do discurso, com uma interlocução com outras áreas com que esta disciplina faz fronteira, como Arte, Psicanálise, História, Antropologia, Filosofia, Jornalismo, Sociologia, Ciência Política, Literatura.

Publicações resultantes do SEAD:

1ª Edição
Michel Pêcheux e Análise do Discurso: uma relação de nunca acabar
De 10 a 13 de Novembro de 2003
Publicações:

2ª Edição
O campo da Análise do Discurso no Brasil: mapeando conceitos, confrontando limites
De 31 de Outubro a 4 de Novembro de 2005
Publicação:

3ª Edição
O Discurso na Contemporaneidade: Materialidades e Fronteiras
De 29 de Outubro a 1º de Novembro de 2007
Publicações:

4ª Edição
1969-2009: Memória e história na/da Análise do Discurso
De 10 a 13 de Novembro de 2009
Publicações:

5ª Edição
O Acontecimento do discurso: filiações e rupturas
20 a 23 de Setembro de 2011
Publicações:

PARTICIPANTES COM APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS:

A primeira edição contou com 3 conferencistas franceses – Prof. Jean-Jacques Courtine, Prof. Michel Plon e Profa. Françoise Gadet – e com 67 participantes em simpósios.

Na segunda edição, participaram 2 conferencistas, 6 participantes em mesas-redondas e 80 em simpósios.

Na terceira edição, participaram 1 conferencista e 6 participantes em mesas-redondas e 65 em simpósios. Nesta edição, foi criada também a categoria pôsteres, que acolheu 48 participantes.

A quarta edição contou com a presença da pesquisadora francesa Francine Mazière (Paris 13 e Paris 7/CNRS) como conferencista. Manteve-se a estrutura de mesas-redondas (com 6 participantes), de simpósios (com 64 participantes) e de pôsteres (com 88 participantes).

A quinta edição contou com o conferencista francês Paul Henry (CNRS). Foram ampliados os espaços em mesas-redondas (com 9 participantes) e em simpósios (com 80) e pôsteres (com 96).

 

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